Barco da expedição deverá conter fibra de linho afirma Mario Ferminio

“A minha ideia é fazer um teste com uma prancha (de surf) e, de repente, encaixar a fibra de linho no desenvolvimento do barco”. A informação foi anunciada em primeira mão por Mario Correa Ferminio, pioneiro no ramo de fabricação de pranchas de surf ecológicas, durante entrevista para o Canal Sanada com uma das líderes do Projeto RIO AMAZONAS DO GELO AO MAR, Vera Sanada.

“Vai ser um barco inédito”, adiantou um dos membros do Conselho Técnico do projeto. Ferminio é detentor de uma patente verde (título expedido para inventos tecnológicos destinados a energias alternativas) pelo seu Projeto Ecodesign, com a reciclagem dos resíduos produzidos no processo de “shaping” de pranchas de surf destinando-os à produção de móveis. Além disso, o conselheiro é pioneiro no uso de resina vegetal, obtida a partir da mamona e possui vasta experiência na produção de pranchas, tendo seu trabalho reconhecido internacionalmente. 

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Mario Ferminio, membro do Conselho Técnico do Projeto RIO AMAZONAS DO GELO AO MAR

Sua participação será fundamental para a expedição e uma consultoria importantíssima para o desenvolvimento do barco sustentável no qual a equipe estará a bordo durante o desafio. Com sua experiência na pesquisa de materiais inovadores para a produção de pranchas de surf, o conselheiro irá aplicar as tecnologias que desenvolve em seus produtos no projeto.

“A pesquisa na área de sustentabilidade vai conquistar mercado”, assegura Mario Ferminio.  Sua jornada profissional tem como enfoque a diminuição do impacto ambiental, não apenas por meio dos materiais utilizados, mas também pela busca da destinação correta a ser aplicada aos resíduos produzidos. Foi com este propósito que estabeleceu, em sua fábrica, um sistema completo de reciclagem com a implantação de uma Estação de Tratamento de Efluentes (ETE), reutilizando a água empregada no processo de produção. 

Assista à entrevista completa no link e conheça a história e os projetos de Mario Ferminio: Vera RP Sanada entrevista Mario Ferminio – YouTube

Canal History of Science entrevista Canal Sanada

As expedições de Vera e Yuri Sanada pelo mundo ganharam destaque no Canal History of Science, liderado por Roberto Machado Junior e Carlos Adriano Cardoso, doutorandos do Programa Doutoral em História das Ciências e Educação (DHCEC) no Instituto de Investigação Interdisciplinar da Universidade de Coimbra (IIIUC) promovido conjuntamente com a Universidade de Aveiro, em Portugal.  

O canal difunde várias áreas do conhecimento que tratam da história das Ciências e da Tecnologia, Educação e Divulgação Científicas, fazendo um diálogo entre as ciências produzidas no Brasil e em Portugal.  “Além de sermos um casal de expedicionários, estamos sempre buscando deixar registros através de expedições e práticas. Em RIO AMAZONAS DO GELO AO MAR, a intenção é mapear todo o Rio Amazonas para esclarecer a controvérsia se ele é o mais longo do mundo, ultrapassando o Nilo, no Egito”, explica Yuri, contando detalhes sobre a parceria com a Harvard Maps, o trajeto e a tecnologia inovadora de barcos híbridos que estão desenvolvendo em parceria com a FATEC, entre outras curiosidades. 

Vera enfatiza a importância de “buscarmos a ciência junto com a prática e de melhorarmos de maneira direta a vida das comunidades (ribeirinhas)”.  Yuri acrescenta o problema da poluição provocada por combustível fóssil na Amazônia, o que pode ser solucionado com a tecnologia do barco movido a energia solar e a pedal, já que “o sol é abundante na Amazônia”, como afirma.  

Experientes em navegar o oceano, o casal Sanada narra nessa entrevista outras aventuras, como a Expedição Phoenícia e a Regata dos 500 anos do Brasil. Assista à entrevista completa em: https://youtu.be/m_PXKwI3OcA 

Aristides Pavani Filho afirma: ‘a pesquisa dentro do Projeto RIO AMAZONAS DO GELO AO MAR é fundamental’

‘Levar pesquisa para dentro da Expedição RIO AMAZONAS DO GELO AO MAR é fundamental’. A afirmação foi do membro do Conselho Técnico do projeto, o engenheiro Aristides Pavani Filho, pesquisador do Instituto de Geociências da Universidade Federal da Bahia, durante entrevista ao idealizador do desafio, Yuri Sanada.

O apoio de Pavani ao time será essencial devido a sua rica formação acadêmica com graduação e mestrado em Engenharia Elétrica pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) e ampla experiência na Amazônia, tendo realizado três grandes projetos nessa área: o Projeto Cognitus que gerou a Expedição Pixuna e a Expedição Morro dos Seis Lagos. 

O Cognitus, financiado pela Petrobras, foi aquele que “abriu a visão de mundo”, como descreveu.  O objetivo era mensurar os riscos da exploração do petróleo onshore (em terra) dentro da maior floresta tropical do mundo. Pavani afirmou que essa experiência foi como “levar o laboratório para dentro da Amazônia.” Esse projeto gerou a Expedição Pixuna, saindo de Manaus navegando até São Gabriel da Cachoeira, com diversos pesquisadores brasileiros e estrangeiros a bordo, cujo foco era a pesquisa de vários temas referentes à Amazônia. A Expedição Morro dos Seis Lagos também foi bastante interessante para sua trajetória. Neste projeto dedicou-se a estudar os seis lagos localizados sobre uma imensa reserva de nióbio e nunca tocados pelas inundações do Rio Amazonas.

Membro do Conselho Técnico do Projeto RIO AMAZONAS DO GELO AO MAR

Sanada afirmou que “sua chegada à equipe trouxe um alívio muito grande para os professores e alunos da FATEC que estão trabalhando conosco no protótipo de um barco”, tendo em vista o profundo conhecimento de Pavani no que o conselheiro denominou “robótica ambiental”, ou seja, elaboração de instrumentos que poderiam ser utilizados para monitoramento ambiental. O Projeto IRACEMA, por exemplo, consistiu em um barco robótico desenvolvido para esse propósito. 

Pavani afirma que seu interesse pela produção científica despertou ao realizar o curso técnico em Eletrônica. De lá para a graduação e mestrado na Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) foi um pulo. Hoje está debruçado em um doutorado em Geoquímica pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). 

Assista à entrevista completa e conheça mais projetos de Aristides Pavani Filho: https://youtu.be/c7oJw1ssx9U

Heloisa Schurmann revela interesse em navegar Rio Amazonas

A produtora audiovisual, ambientalista e líder da Expedição AMAZONAS DO GELO AO MAR, Vera Sanada entrevistou Heloisa Schurmann, professora, palestrante, pesquisadora e escritora. Neste diálogo fascinante, transmitido ao vivo para o Canal Sanada no Youtube, trataram das experiências da Família Schurmann no mar e em países ao redor do mundo e comentaram sobre a preparação para a partida da expedição Voz dos Oceanos em agosto desse ano. Entre outros assuntos, a pesquisadora revelou seu interesse em navegar o Rio Amazonas. Confira trechos da conversa entre essas duas aventureiras:

Vera Sanada: Em algum momento você pensou em desistir de ficar a bordo? De fazer alguma expedição?

Heloisa Schurmann: Olha, sinceramente, até hoje, eu digo que, nem em momentos de tempestades, eu desisti. Mesmo depois que quebramos os mastros não desisti, porque é um sonho, é minha paixão. 


Vera Sanada: Como é que surgiu a ideia dessa expedição Voz Dos Oceanos?

Heloisa Schurmann: Quando chegamos na ilha de West Fayu, (nas Ilhas Carolinas, localizada na Micronésia, no Norte do Oceano Pacífico), ficamos impressionados. Nessa pequena ilha, num lugar onde você fala assim ‘olha que paraíso, olha que lindo’, a quantidade de garrafas PET era assustadora. (…) Essa ilha é desabitada, longe de qualquer civilização… É incrível, não tem cidade ou país perto! Foi assim que surgiu o Movimento Voz dos Oceanos… Foi justamente aí o alerta para a importância de tomarmos conta dos nossos oceanos. Como podíamos deixar um legado para as gerações futuras? Como vamos fazer para que as pessoas entendam que, se a gente não parar agora, vai ficar cada vez pior?… Têm pessoas que estão fazendo móveis e roupas de garrafa PET. Então, você vê que tem uma indústria que está utilizando esse plástico que encontramos no mar, para poder reciclá-lo de uma maneira legal.


Vera Sanada: Não sei se você sabe que eu e o Yuri moramos em uma casa feita de material reciclado. As paredes de pneu, garrafa PET no teto… Não parece, mas ela é feita de material reciclado…

Professora, palestrante, pesquisadora e escritora, Heloisa Schurmann

Vera Sanada: Uma última pergunta, Heloisa, e o Rio Amazonas? Vocês já chegaram a navegar ou têm a intenção de navegar no Rio Amazonas?


Heloisa Schurmann: Olha, não estivemos no Rio Amazonas para navegar. Fomos visitar o encontro das águas. Inclusive levamos Kat (filha neozelandesa adotada soropositiva falecida precocemente) para visitar a família da mãe dela no Amazonas. Estivemos algumas vezes lá, mas nunca navegamos no Amazonas. Isso ainda, quem sabe, é um projeto futuro. Hoje a gente está na Voz dos Oceanos. Quem sabe, um dia, a gente possa estar na Voz dos Oceanos no Amazonas?

Entrevista completa: https://www.youtube.com/watch?v=gNad8kIMSV8

Expedição será importante para desenvolvimento tecnológico, ambiental e educação

A produtora audiovisual e ambientalista Vera Sanada entrevistou Victor Mammana, doutor em Física pela Universidade de São Paulo (USP), membro do Conselho Técnico da Expedição RIO AMAZONAS DO GELO AO MAR. Victor conversou sobre sua carreira, projetos realizados, ambições e, claro, sobre a expedição. “Ciência é a compreensão que o outro constrói sobre o crescimento de alguém”, disse Mammana. Confira alguns momentos:

Vera Sanada: Como é que começou a sua história na Física?

Victor Mammana: Acho que eu sempre quis ser físico. Desde pequeno dizia isso… Na verdade, comecei dizendo que queria ser inventor. Sempre fui curioso, gostava bastante de matemática, essas coisas e, também, o exemplo do meu pai e da minha mãe que influenciou bastante. Minha mãe é física e meu pai engenheiro, ou seja, foi uma coisa que acabou sendo presente na minha vida.

Vera Sanada: Recentemente, deslocou-se um iceberg que está vagando pelos oceanos. É possível fazer uma previsão anterior a um acontecimento como este?

Victor Mammana: Esse é o papel do CEMADEN (Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais). Acompanhamos o clima, a previsão meteorológica e temos uma rede observacional de pluviosos pelo Brasil inteiro; inclusive uma das minhas atividades como pesquisador foi coordenar a implantação dessa rede. É possível prever, mas uma coisa muito importante é o seguinte: quando você faz um alerta de um desastre, existe uma margem de erro, então, é preciso educar as pessoas a interpretarem o alerta e a entenderem o que precisam fazer com esse alerta. É muito importante fazer esse alerta antecipado e, também, preparar as pessoas a responderem a isso.

Membro do conselho técnico da Expedição RIO AMAZONAS DO GELO AO MAR, Victor Mammana

Vera Sanada: Animado com a Expedição RIO AMAZONAS DO GELO AO MAR?

Victor Mammana: Sou um grande fã do trabalho de vocês. Esse projeto, além de todo conhecimento tecnológico que gera e, também, o conhecimento da parte ambiental sobre a realidade do Rio Amazonas, tem potencial de ser um instrumento de educação. O que me fascinou foi a ideia do Yuri, a possibilidade de levar para o ensino fundamental. Quando ele trouxe essa ideia eu já perguntei: “Nossa, Yuri, o que eu posso fazer?” É uma proposta muito bacana… Uma solução tecnológica para transporte (em relação ao barco sustentável Guaracy). Uma das coisas mais importantes é a possibilidade de se comunicar com jovens do ensino médio, da escola técnica, e, também, levar, em tempo real, o expedicionário que está no meio do Rio Amazonas para dentro da escola pública. É uma grande oportunidade de o Brasil conhecer mais de si mesmo e sobre seus desafios ambientais.

Revista AramcoWorld publica matéria com participação de Yuri Sanada.

A Revista AramcoWorld de maio/ junho, da Arábia Saudita, distribuída para assinantes de 125 países, traz em sua capa matéria com o líder da Expedição RIO AMAZONAS DO GELO AO MAR, Yuri Sanada, único brasileiro participante da Expedição Phoenicians Before Columbus, em que navegaram do Norte da África aos EUA a bordo de uma réplica de um barco fenício de 600 a.C., provando que povos antigos africanos e do Oriente Médio podem ter chegado às Américas muito antes dos descobrimentos oficiais europeus. “Era como uma passagem só de ida. Você só pode navegar com o vento atrás de você. Não havia como voltar atrás”, comentou Sanada.

Mais informações no PDF ou no link:
https://www.aramcoworld.com/Articles/April-2021/Could-Phoenicians-Have-Crossed-the-Atlantic

Foto de Yuri Sanada.

Marcos Hurodovich: 68 dias preso em um barco na pandemia da COVID 19.

A produtora Vera Sanada entrevistou para o Canal Sanada no You Tube o navegador Marcos Hurodovich, membro do Conselho Técnico do projeto. Conhecido por sua vasta experiência no mar, Marcos lembrou suas viagens e expedições, comentou algumas de suas famosas fotografias em suas aventuras e ainda falou sobre a dificuldade que passou para voltar ao Brasil durante a pandemia da COVID 19, quando ficou 68 dias preso em um barco que levaria das Ilhas Canárias, na Espanha, para os Estados Unidos.

Marcos Hurodovich em uma de suas expedições.

Não houve jeito de conseguir um voo e voltar ao país. Tiveram que vir de barco mesmo. “Foram 22 dias contra o vento e só com dois circulantes. Foi super cansativo… Tínhamos que dormir e acordar de três em três horas… A descida do Caribe para Fortaleza foi a pior: tivemos uma vela rasgada, o sensor do mastro caiu, foi bem complicado…”, contou. Passada esta tempestade e apesar da crise que o Brasil enfrenta para controlar a doença, ele comenta que a área náutica é uma que está “bombando”… Segundo ele, muita gente está comprando barco, construindo, reformando, ou seja,  as marinas estão cheias no Guarujá e há muito trabalho. Para conferir a entrevista completa, acesse o link: https://www.youtube.com/watch?v=Cmhlhy0k0is&t=1804s

Vera RP Sanada entrevista Dudu Mendes, “o Nativo”.

Eduardo Mendes Gomes, o “Nativo”.

A produtora Vera Sanada entrevistou Eduardo Mendes, conhecido como “o Nativo”, membro do Conselho Técnico da Expedição RIO AMAZONAS DO GELO AO MAR, para o Canal Sanada, no YouTube. “O que sabemos sobre a Amazônia é pouco em relação ao que necessariamente precisamos entender para buscarmos uma relação harmoniosa com a natureza”, pontuou o Nativo, especialista em sobrevivência na selva, itchiologia, ornitologia, botânica e medicina natural. O ator, apresentador, produtor, diretor, roteirista, apresentador, cameraman e animalier trabalhou em dezenas de produções internacionais de grande repercussão mundial, entre elas no filme IMAX Amazon Adventure 3D com a Aventuras Produções. A entrevista completa foi ao ar no dia 06 de março e pode ser vista no link: https://www.youtube.com/watch?v=UviNIgPa3J8

Confira alguns trechos:

Vera Sanada: Como começou a sua história?

Eduardo Mendes, o Nativo: Vim do interior (do Amazonas) para Manaus e comecei a fazer os trabalhos mais horríveis possíveis, muito pesados. Na verdade eu queria viajar, conhecer outros lugares. E aí, comecei a trabalhar em barcos de recreio, viajei muito nesses barcos e gostei, foi quando parei em Manaus e conheci um argentino (amigo meu até hoje) e ele me convidou para trabalhar em uma agência (de turismo). Aprendi um novo idioma e a ser guia profissional.

Vera Sanada: Você acha que falta interesse em explorar a Amazônia?

Eduardo Mendes, o Nativo: Esse é um grande problema. Acho que ainda não sabemos 10% sobre a Amazônia. O pouco que sabemos sobre o mar é o mesmo tanto que sabemos sobre a Amazônia. A Amazônia continua um oceano inexplorado. O Amazonas é o maior Estado do Brasil, possui uma dimensão muito grande e um número muito pequeno de pessoas que têm interesse em conhecer.

Vera Sanada: É possível fazer passeios dentro da Amazônia?

Eduardo Mendes, o Nativo:  Claro, a Amazônia proporciona passeios de muitas maneiras diferentes… Imagina você passar um dia num igapó… Remando no igapó da Amazônia, você vê muitos pássaros, insetos, cobras, muita coisa. Tem outros lugares, caminhadas, mergulhos, diversas opções…

Vera Sanada: Qual é o lugar mais bonito da Amazônia?

Eduardo Mendes, o Nativo:  Na minha humilde opinião — risos — eu acredito que é São Gabriel da Cachoeira. Geograficamente é o lugar mais lindo da Amazônia. Ali há cachoeiras gigantes do Rio Negro, praias fantásticas e montanhas. É um lugar muito bonito.

Vera Sanada: Com o que você está trabalhando?

Eduardo Mendes, o Nativo:  Estou escrevendo bastante, me dedicando a textos sobre ficção e vivência própria.