Washington Post TikTok VIRAL sobre o artigo do projeto.

O rio Amazonas é mais longo que o Nilo? Uma equipe de exploradores internacionais está planejando uma viagem por todo o rio Amazonas para documentar sua geografia e biodiversidade. Liderada pelo explorador brasileiro Yuri Sanada, a equipe percorrerá todo o rio de caiaque na próxima primavera – algo que foi feito menos de 10 vezes na história.

@washingtonpost

Is the Amazon river longer than the Nile? A team of international explorers are planning a voyage down the entire Amazon river to document its geography and biodiversity. Lead by Brazilian explorer Yuri Sanada, the team will kayak the entire river next spring—something that has been done fewer than 10 times in history.

♬ original sound – We are a newspaper.

Chegando a um milhão de visualizações, bem acima da média do TikTok do WP:

Autor da descoberta da nascente mais distante do Rio Amazonas está ansioso com a expedição

O renomado cientista, PhD em Neurociência e pesquisador experiente, James Contos, integrante do Conselho Técnico e autor da descoberta da nascente mais distante do Rio Amazonas, está ansioso para ver barcos movidos por energias alternativas navegando durante a Expedição RIO AMAZONAS DO GELO AO MAR. “Meu papel é auxiliar a equipe no seu objetivo de partir da nascente e remar pelas seções difíceis de águas violentas no Rio Mantaro, nos Andes, assim como negociar, de maneira segura, com a Tribo Ashanika, e passar pelo seu território conforme o rio segue dos Andes para a selva”, antecipa.

Uma jornada repleta de aspectos desafiadores exige uma rede de profissionais competentes para garantir a segurança dos participantes e o sucesso da expedição. Contos afirma que navegar pelas águas brancas traz perigos e requer habilidades. Segundo o autor da descoberta da nascente de onde a expedição partirá, ter alguém familiarizado com o rio e todos os seus aspectos pode ser útil nas decisões logísticas ao longo do caminho.

James Contos na nascente mais distante do Rio Amazonas, no ano de sua descoberta, 2012

Em 2012, o cientista navegou da nascente mais distante até o oceano, a mesma rota que será realizada pelos integrantes da expedição, completando a descida para o mar quase sete meses depois de seu início.  “A Apurimac era considerada a nascente do Amazonas mais distante naquela época mas, ao pesquisar aquela área, notei um rio próximo que poderia ter uma extensão maior, então eu decidi mensurá-los com mais precisão. Foi dessa forma que descobri que Mantaro estendia-se aproximadamente 80 km a mais do que Apurimac”, lembra o cientista.

Contos enfatiza a importância que o registro apropriado do desafio teve na recepção da sua revelação pelo mundo, para que tenha sido aceita por todos, sobretudo porque, uma vez que o fato geográfico foi apontado, qualquer um pode fazer a medição e facilmente confirmar que Mantaro é muito mais longo, desde sua nascente, quando comparado com o Apurimac.

O autor de tal descoberta esclarece um ponto importante na discussão sobre a extensão do Rio Amazonas. O fato de o Rio Mantaro possuir barragens e, no caso a de Tablachaca, faz com que a sua maior parte, na temporada seca, seja desviada através de um túnel de 20 km. “Com o rio desviado dessa forma, se você não considerar o seu caminho natural e o pequeno fluxo de água que nele percorre durante o período de seca, pode-se considerar a rota do Mantaro menor do que a do Apurimac. Entretanto, o rio abaixo da barragem de Tablachaca nunca está seco, assim, todo o comprimento natural é atravessado por água, mesmo que pouca”, esclarece Contos, informando que o caminho natural de um rio é o aspecto mais importante em uma medição, contanto que um alguma quantidade de água flua nele.

NAUI, revista americana de mergulho, entrevista Yuri Sanada

“Como um instrutor da NAUI, a minha vida nunca é entediante, porque não permanecemos no mesmo lugar por muito tempo.  Agora, estamos desenvolvendo uma outra aventura nas águas, a Expedição RIO AMAZONAS DO GELO AO MAR”, comenta Yuri Sanada, idealizador e líder do projeto, em entrevista para a revista americana de mergulho NAUI Sources. 

Sanada explicita o quão relevante as experiências na NAUI foram em sua vida profissional e sobre a tamanha importância desses aprendizados para os seus futuros projetos, como a descida e documentação do Rio Amazonas. “Navegaremos a extensão total do rio mais longo e caudaloso do planeta, a bordo de um barco movido a energia solar e pedal, construído com bioresina e fibras naturais”, adiciona o produtor audiovisual. Em parceria com a UNEP Clean Seas Campaign, a expedição coletará amostras de água para medir a poluição por plástico na extensão do rio. 

Sanada afirma que suas experiências como instrutor da NAUI “ainda são úteis em cada projeto que desenvolvemos e executamos, como filmes, TV ou séries em plataformas de streaming” na Aventuras Produções, da qual é sócio.  Tendo decidido tornar-se um instrutor de mergulho em 1990, enquanto vivia no Reino Unido, graduou-se em 1991, na Hall ’s Diving Center, na Flórida Keys, com a sua mulher, Vera Sanada, também uma NAUI Divemaster, quando abriu e administrou a operação no Japão e em outras localizações, como nas Filipinas, por quatro anos.

Apesar de não atuar mais como instrutor, foi por meio das suas experiências nessa área que Sanada entrou em contato, pela primeira vez, com o mundo de produções audiovisuais. “Quando ainda éramos operadores de mergulho, começamos a filmar sob a água. Primeiro os nossos alunos, em seguida, as nossas excursões para diferentes destinos de mergulho, e esse foi o começo da nossa vida profissional como produtores de TV e filmes”, conta o líder da expedição na matéria. 

Sanada narra ainda o importante papel que o domínio das competências aprendidas na sua época de instrutor teve para seus projetos posteriores. Durante a Expedição Fenícios antes de Colombo, a tripulação do navio, réplica de uma embarcação fenícia de 600 a.C., deparou-se com uma emergência em relação ao remo, que, em certo dia, amanheceu enrolado em redes de pesca abandonadas. Era necessário que um tripulante experiente mergulhasse e liberasse o remo, “ainda bem que tínhamos um instrutor da NAUI a bordo”, expressa Sanada.  

Por fim, Sanada pontua que “mesmo não sendo mais um instrutor,  posso dizer que ainda uso o que aprendi na NAUI, tanto na minha vida pessoal quanto na profissional, em diversos aspectos, especialmente na ética que era ensinada de forma tão firme quando praticava para me tornar um instrutor”.

“O projeto chamará atenção para o lado bom da Amazônia”, afirma o físico Oliver Ilg.

“Estamos fazendo o melhor barco para explorar a Amazônia que pode existir”, garante o membro do Conselho Técnico, fundador do estaleiro Sterling Yachts, o físico Oliver Ilg, em entrevista à idealizadora do Projeto RIO AMAZONAS DO GELO AO MAR, Vera Sanada.

O conselheiro está animado com o projeto porque, segundo ele, “vai chamar muita atenção para o lado bom da Amazônia, uma exuberância extremamente negligenciada”. 

Com formação excepcional – graduado em física na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e com MBA em Administração pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) – Oliver possui extensa experiência na área náutica, tendo construído 17  embarcações e dedica-se, atualmente, ao desenvolvimento de uma linha de houseboats autônomos e sustentáveis. 

Esta imagem tem um texto alternativo em branco, o nome da imagem é oliverilg-903x1024-1.jpg
Oliver LLG, membro do Conselho Técnico do Projeto RIO AMAZONAS DO GELO AO MAR

Seus conhecimentos serão fundamentais para o desenvolvimento do barco híbrido no qual a equipe estará a bordo durante a expedição, já que, em 2011, lançou a primeira lancha híbrida diesel e elétrica no mercado sul-americano. Oliver pensa em uma embarcação a ser utilizada na expedição que tenha um casco muito eficiente e um motor elétrico suficiente, que garanta sua eficácia.

O desenvolvimento dessa embarcação está amparado pela experiência do conselheiro, sendo o seu apoio essencial para o sucesso do processo. “Estamos falando com vários fabricantes para encontrar um motor com ponto máximo de eficiência”, antecipa.

Alinhando a sua experiência profissional com crenças pessoais, Oliver está orgulhoso de participar do time. Desde 2006, já se interessava pela construção de barcos elétricos, tendo representado os motores elétricos da Siemens. O físico estuda o tema há muito tempo e vê como irreversível a substituição pelo elétrico, acredita plenamente que as futuras gerações não conhecerão motores de combustão interna. “Temos um planeta que nos é o suficiente, apenas precisamos saber cuidar dele”, pontua.

Para conhecer a história e os projetos de Oliver Ilg, assista à entrevista completa em Vera RP Sanada entrevista Oliver Ilg – YouTube